domingo, 13 de junho de 2010

O perdão é a vingança dos fortes.


Perdoar, esquecer a ofensa, eis um dos pontos mais difícieis de se pôr em prática.



Entretanto, sabemos que a ofensa que nos é dirigida só pode ter partido de uma alma enferma, corroída pelos micróbios das múltiplas enfermidades que assolam o mundo, e contra as quais, para sermos sinceros, não estamos ainda imunizados.


Quando tomamos a ofensa pela ofensa, quando levamos para dentro de nós o ódio, o desejo de vingança, estamos simplesmente assinando o nosso atestado de criaturas tão ou mais enfermas que aquelas que trouxeram até nós motivos capazes de nos levar a um estado tão negativo.


Sei que não é fácil receber as chibatadas da injustiça, da ingratidão, da injúria, da maledicência e de outros atentados a nossa personalidade, principalmente se não demos motivo para tal.

O mundo profano considera quem já é capaz de reagir com calma e serenamente a qualquer investida dessas almas enfermas como covarde e sem personalidade.


E o que é personalidade, senão ainda o resquício de convaslescença da alma que se destacou no mundo da matéria, que se firmou no conceito dos homens, mas que, por isso mesmo, considera-se em posição privilegiada ?


Vingar-se, revidando ofensas, é colocar-se no nível ou abaixo do nível do ofensor. Mas perdoar é subir mais um degrau na grande escala da evolução.


O perdão é a vingança dos fortes.


Cenira Pinto


Do Livro: "Eu sou o Caminho", Editora Lachâtre.

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